terça-feira, 28 de agosto de 2007

Tá chegando a hora...

A proximidade da minha formatura tem causado uma preocupação que consegue tirar meu sono da mesma maneira que novela das oito tira a minha paciência.

Fico imaginando até que ponto ficarei à mercê da brutalidade do mercado de trabalho; até quando a notícia será um produto vendável acima do benefício que ela pode, de fato, causar.

Afinal de contas, aonde tem espaço para jornalismo literário?

Tenho curiosidade de saber em que ponto geográfico-social-psicológico morre o idealismo que plantamos no ensino médio e cultivamos durante toda a faculdade. Será que apodrece antes de chegar ao mercado – de trabalho – ou enquanto fica estocado nas prateleiras da subserviência?

Será que existe uma linha tênue entre manuais de redação e mediocridade?

Sabe quando a pessoa deixa de confiar na polícia e começa a se sentir mais seguro com a bandidagem? Será que é isso que acontece com os profissionais, de modo geral, quando abandonam suas convicções para conseguir ou manter um emprego?

Se a universidade ensina o ser humano a pensar, a ver potencial nas diversidades, por que no mundo dos negócios a gente tem que aprender a agir como o chefe determina, representando a unidade de uma pessoa? Quem disse que a idéia dele é melhor que a sua?

Se conseguir um emprego tem a ver com ser moldado aos padrões de uma hierarquia, qual a função de tudo que a gente aprende? Se a proposta do mundo é abaixar a cabeça, a lição poderia ser ensinada em dois tópicos de uma única aula.

Vou regar mais um pouco o meu idealismo pra ele não morrer na secura...