quinta-feira, 26 de março de 2009

Da série "Arquivos pessoais e intransferíveis"

Inauguro agora a série "Arquivos pessoais e instransferíveis".

O objetivo é mostrar fotos, bilhetes, cartas e quaisquer outras coisas que tenham marcado os meus últimos 24 anos de idade.

A partir desta série será possível reconhecer quem são as pessoas e fatos que inspiram os meus rascunhos.

A foto que abre a série, tirada em 2004, registra a primeira festa universitária da turma Jornalismo 2007 da UFMS [a qual fiz/faço parte]. Quem nunca foi a uma "SextAstral" não sabe o que é festa universitária! Nessa época eu nem tinha barba!

Na foto falta muita gente, mas nada nos impede de organizar um Revival!


terça-feira, 24 de março de 2009

"Músicas que eu queria ter feito" [Parte 3]

Longe de casa há três meses - e com a missão de encontrar um novo lar na cidade estranha este ano - a música abaixo mostra um bocado de sensações que esta viagem [e mudança] me proporcionaram.

Há muito tempo gosto desta música, mas hoje ela me faz mais sentido do que em qualquer outra fase que eu tenha passado.

Tomar um conhaque pra espantar o inverno; não saber qual é o meu lugar; procurar a palavra certa e a hora certa de chegar... Tudo isso tem feito tanta parte da minha rotina que acabo me confundindo, às vezes, com a própria letra.

À cada apresentação dos Engenheiros do Hawaii essa música ganha uma nova versão. Esta que compartilho com vocês é a que eu mais gosto, pois é a mais harmônica de todas.



***

"Envelheci dez anos ou mais nesse último mês..."

segunda-feira, 23 de março de 2009

Antes de partir

Depois que assisti ao filme The Bucket List fiquei pensando o que entendemos por viver e o que é, realmente, viver.

Cheguei à conclusão de que isto é muito paradoxal. Por um lado, queremos realizar grandes feitos para provar que somos dignos de muita felicidade. Por outro lado, desconstruímos essa idéia e tentamos achar a felicidade nas pequenas coisas, como na beleza de um beija-flor, o sorriso de um bebê, essas coisas.

Para ser honesto, não tenho um argumento fechado que defina felicidade. Acho que isso varia de pessoa pra pessoa e depende de tantas coisas... Nesse sentido, tudo é muito relativo. Os conceitos que tenho servem de base apenas para a minha felicidade. Já a felicidade dos outros depende daquilo que eles consideram importante.

Eu não quero que isso abra possibilidades de argumentação para que cada um considere sua felicidade mais importante do que a de qualquer outra pessoa. Pelo contrário. Por serem tão diferentes e inúmeros os critérios, o que existe são felicidades diferentes.

Voltando ao filme, resolvi rascunhar algumas coisas que gostaria de fazer antes de partir, assim como os personagens de Morgam Freeman e Jack Nicholson:

Fazer uma serenata;
Ter um filho;
Aprender a construir instrumentos musicais de corda;
Aprender a surfar;
Participar de um festival de música;
Não ter que me preocupar com saldo bancário;
Velejar por um ano;
Conhecer, pelo menos, 3 países viajando de carro;
Aprender a fazer coquetéis afrodisíacos;
Perder o medo de altura;
Saltar de pára-quedas;
Conhecer Oswaldo Montenegro;
Dirigir um filme;
Fazer uma apresentação de Standy Up Comedy;
Ver todos os meus amigos se dando bem.

***

Ter uma lista de objetivos e correr atrás de cada um deles nem sempre significa uma busca pela felicidade. Pode ser apenas uma maneira de ocupar o tempo. Mesmo assim, continua sendo válido se isso te deixa feliz...

sexta-feira, 20 de março de 2009

“Músicas que eu queria ter feito” [Parte 2]

“Roda Viva”, de Chico Buarque, é uma das músicas que mais gosto por vários motivos.

Encontrei essa gravação no You Tube [Deus abençoe esse site e as pessoas que inserem vídeos nele]. Trata-se do 3º Festival de Música Brasileira, realizado em 1967, onde Chico se apresenta com o grupo MPB 4.

Reparem na maneira singela como os artistas se apresentam, com apenas um violão e um microfone para todos os cantores, que intercalam a voz principal e os arranjos vocais. Entre a platéia um garoto [de 5 ou 6 anos de idade] canta a música com uma emoção que cativa quem assiste.

A participação da platéia, a simplicidade da apresentação e o peso do que esses artistas representam ainda hoje me emocionam.



***

No peito a saudade cativa, faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda viva e carrega a saudade prá lá...

São tempos em que os festivais traziam à tona músicas de verdade.

quinta-feira, 19 de março de 2009

The doors are open!

Hoje somei “dois mais dois” e descobri na pele [mais uma vez] uma das grandes verdades universais. O fato é que por mais que a gente sonhe com um futuro nunca estamos totalmente preparados quando ele chega de verdade.

E isso não ter a ver com incapacidade ou infortúnios, mas com o constante medo do novo que todo mundo tem.

Não tem jeito: na prática a teoria é outra. Ponto.

E não dá pra discutir isso quando a outra pessoa da conversa não enxerga um mundo além daquele que existe no quintal de sua casa. Simplesmente não dá. É como conversar sobre religião, partido político ou time de futebol: não há argumentos que a convença de que tudo é diferente quando um plano passa a ser executado.

A sensação que tenho é a de que estou diante de portas abertas, mas os objetivos estão do outro lado da ponte de madeira, que me obrigam a atravessá-la sem ter a certeza de que aquelas tábuas agüentarão meu peso.

Literalmente é assim que me sinto. E acredito que outras pessoas também. Há sempre aquela insegurança de fazer o que tem que ser feito sem ter a certeza de que será bem feito.

E junto a isso existe a pressão do tempo que, definitivamente, não pára mesmo! Enquanto perdemos tempo com medo de encarar o tempo que está chegando, o tempo que passou nos empurra sem pestanejar contra tempo futuro. É uma constante queda de braço entre o você de agora e o você de amanhã.

Onde você ainda se reconhece? Na foto passada ou no espelho de agora? Hoje é do jeito que achou que seria? ...

Como costuma dizer meu amigo-irmão Lelo Marques, “só pensando...”

quarta-feira, 18 de março de 2009

Da série “músicas que eu queria ter feito” [parte 1]

Amigos [e/ou] leitores,

Os Rascunhos são do Rapha, mas, convenhamos: existem inúmeras pessoas que rascunham maravilhosamente bem.

É o caso de alguns artistas, não todos, claro [primeiro porque as generalizações são burras e, segundo, porque nem todos que vemos por aí são artistas de verdade, não é mesmo?!].

Por esse motivo, e também por partilhar sentimentos que alguns compositores expressam em suas canções, começo a partir de agora uma nova série: Músicas que eu queria ter feito.

O título da série é auto-explicativo e contempla minha intenção. Quero dividir com vocês algumas músicas que eu gostaria que tivessem saído dos meus rascunhos.

O post inaugural da série traz “A Lista”, de Oswaldo Montenegro.



***
Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?
[...]

Post dedicado a Lincoln Hendrix e Daniel Vaz dos Santos, amigos que me apresentaram essa música pela primeira vez. Felizmente são amigos que eu ainda vejo!

sexta-feira, 13 de março de 2009

Incompatibilidades

Invertendo a lógica sinistra assimilada à Sexta-Feira 13, resolvi rascunhar manchetes improváveis de serem estampadas nos jornais de hoje.

1. Bolsa de Valores fecha o dia com o dólar custando R$ 3,45.

2. Geada acaba com plantação de maconha e fazendeiros pedem mais incentivos ao Governo.

3. Igreja Católica incentiva sexo antes do casamento para o exercício do livre arbítrio.

4. Juiz absolve suicida alegando legítima defesa.

5. Congresso Nacional aprova [por unanimidade] lei que reverte o salário dos políticos em obras sociais. Parlamentares trabalharão voluntariamente a partir do próximo mês.

6. Capitão Nascimento [do filme “Tropa de Elite”] assumirá apresentação do Big Brother Brasil [BBB]. A partir da próxima edição do programa, os participantes serão eliminados pelo próprio apresentador. O último a “pedir pra sair” receberá R$ 1 milhão em barras de ouro e um Carnê do Baú.

7. Chapolim Colorado captura Osama Bin Laden e recebe recompensa do FBI.

8. Homem cria a maior bola feita de goma de mascar do mundo: monumento tem mais de 5 metros de diâmetro.

9. Bruno Navarros assume que é o Power Ranger Azul!

10. Viagra será produzido nas cores rosa, amarelo e verde para combinar com a cueca dos usuários.

Quais outras manchetes poderiam ser tão absurdas quanto essas?

sábado, 7 de março de 2009

A sabedoria está na [pouca] idade

Fazendo uma busca pelo You Tube para me distrair acabei esbarrando com um vídeo muito interessante. Trata-se de uma pequena pesquisa realizada em sala de aula por professores da Educação Infantil sobre a percepção que as crianças entre 4 e 8 anos têm sobre o "AMOR".
O resultado foi encaminhado ao Jô Soares, que deu um tom de humor àquilo que deveria inspirar mais os adultos.
Vale a pena conferir, dar umas risadas e refletir sobre nossas próprias percepções de "AMOR".

sexta-feira, 6 de março de 2009

A fórmula que todo mundo desconhece

Acho que entendo por que o mundo está se esgotando dentro de suas inúmeras possibilidades. Mas mesmo que minha explicação faça algum sentido é apenas um ponto de vista unitário, isolado e pretensioso.

Acontece que todos nós avaliamos as situações de dentro dos nossos próprios quintais. Insistimos em desconhecer o que acontece realmente e nos preocupamos somente em apontar acusados e problemas para depois sugerir alternativas e pousar de heróis.

Fácil achar o caminho a seguir num mapa com lápis de cor. Moleza mandar a tropa atacar da tela do computador. Sem o cheiro, sem o som, sem ter nunca estado lá, sem ter que voltar pra ver o que restou (...)”. Esse é um trecho da música “Coração Blindado”, do compositor gaúcho Humberto Gessinger. Se a gente descer um pouco do nosso salto de cristal e pretensões iremos perceber que o que ele diz faz sentido. E mais: é dessa forma que agimos inúmeras vezes, quando um chefe ordena que seu subordinado resolva um problema dentro de um prazo impossível de ser cumprido; quando um pai de família tem que conseguir o sustento de seus dependentes com um salário de miséria; quando uma mãe grita com o filho “fecha a boca e come!” [bem paradoxal isso!!!], e por aí vai.

Queremos quase sempre que as coisas façam sentido através de nossas próprias experiências, desconhecendo por simplicidade ou deixando de lado por puro capricho todas as realidades que acontecem fora de nossas casas e rotinas.

Por que ignorar as diversidades se é mais divertido trazer todas elas para dentro de nossa convivência? Isso não quer dizer que seja uma tarefa fácil, mas significa que é um exercício necessário a ser feito.

Se cada um de nós partisse do princípio básico de se colocar no lugar das outras pessoas não haveria a necessidade de tantas legislações, tratados, acordos, guerras, burocracias e juramentos. Tudo fluiria como uma conversa entre amigos. Aliás, algum de nós condena um amigo mortalmente por dizer algo que nos chateie ou por fazer algo que não faríamos? Creio que não. Ficamos chateados e refletimos sobre o que aconteceu, mas depois passamos uma borracha no assunto – ou o guardamos em uma gaveta bem trancada – e continuamos o jogo da vida.

Entretanto, quando a “polêmica” sai da nossa intimidade e a percebemos como uma ameaça ao nosso mundinho, tratamos logo de agredir, julgar, condenar e esperar que a pena seja dolorosa.

Pra que tudo isso? De onde vem essa necessidade de unificar tudo com os nossos próprios exemplos? Será que as experiências do passado, a história mundial com os capítulos do nazismo, segregação racial, militarismo e censura, entre tantas outras barbaridades, não serviram para mostrar que quanto mais queremos estipular uma unidade baseada no que todos temos em comum acabamos criando uma guerra por deixar de lado a riqueza que existe justamente no que cada um tem de diferente?

Ser tolerante e racional não é fácil, mas é uma obrigação. Quando ligo a televisão e vejo pessoas discutindo sobre diferentes assuntos até acho compreensível porque discutir é construir as bases de uma evolução. [Aliás, quando falamos em evolução será que, necessariamente, estamos falando de progresso?]. Mas quando vejo que alguém usa a religião, as convicções políticas, o time de futebol, a escola de samba, a música e a arte em geral para separar as pessoas fico muito frustrado. É como usar tudo que vale a pena para ficar numa ofensiva constante e ignorar a possibilidade de ajustes do mundo.

Qual é o nosso papel diante de tudo isso? Será que estamos fazendo o que realmente tem que ser feito ou apenas deixando as coisas difíceis para que alguém de gerações futuras resolva?

Seja como for, espero que, pelo menos, as pessoas se sintam incomodadas com essas disparidades. Porque a catarse e a indiferença doem mais do que qualquer guerra idiota que o mundo promova.

Acho que quando Geraldo Vandré cantava “vem, vamos embora que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer (...)” ele não tinha noção de que “fazer a hora” é mais complexo do que “provocar” as pessoas. Mas ele tinha muito boa vontade. E, de certa forma, fez de sua hora a hora de muita gente.

Quem de nós está pronto para ajustar o próprio relógio?

quarta-feira, 4 de março de 2009

Os textos que não acabo

Fazendo uma busca em meu computador encontrei uma penca de textos começados e sem prazo para serem concluídos. Essa é a fraqueza da periodicidade e a vantagem da liberdade.

Depois de uma breve análise cheguei à conclusão de que eles não devem ser concluídos. Isso por dois motivos: o primeiro é que sempre achei forçado terminar um texto literário dias após seu início devido ao fato de que a infidelidade de emoções na diferença de datas prejudicaria o sentido original dos “rascunhos”. O segundo é que sempre temos coisas que começamos e não acabamos. Isso não se restringe a textos.

Acho que a dor da verdade é menos duradoura do que a certeza da mentira. É um tipo de relação que tem a ver com honestidade.

A seguir, listo textos iniciados e que, por algum motivo, nunca foram concluídos. Por acreditar que a beleza deles está nessa incapacidade de término, prefiro partilhar as fatias ao invés do bolo decorado.

Os trechos serão colocados aleatoriamente, sem a pretensão de ter uma linearidade de raciocínio. Se isso acontecer, é mera coincidência.

“Meus professores teriam um ataque de nervos se lessem os textos que posto aqui no blog. E não tem ligação com a qualidade dos textos, mas com os títulos que quase nunca são explicativos ou seguem padrões jornalísticos.

Mas sabe o que acontece? Gosto dessa coisa toda literária, que embora exija muito bom senso da parte de quem escreve acaba dando liberdade para que os pensamentos fluam sem certas amarras do jornalismo, como objetividade, concisão, lead, e por aí vai...

Super-Homem tem a habilidade do vôo. Homem-Aranha tem a capacidade das teias. Batmam é bonitão, “pega” todas as mulheres e conta com a ajuda daquele mordomo intrometido e bem-humorado. Meu “poder” [não necessariamente habilidade] é a escrita.”

“Já fui bem mais otimista do que sou hoje. Isso é fato. Mas não me lembro quando essa proporcionalidade começou a pender inversamente.

Acho que isso tem a ver com a tal inocência que a gente perde com o passar dos anos. Nossas necessidades, quando crianças, são tão pequenas que não passam de bolsos sempre cheios de balas, notas boas na escola para manter o orgulho dos pais, alguns brinquedos e amigos pra gente se divertir com coisas pitorescas.

Falta isso depois que crescemos. Mas a idade obriga a mudança de necessidades e planos. Até determinado ponto isso é inconsciente. Desse ponto em diante é um conjunto de situações impostas.”

“Acredito que muitas pessoas já tentaram descrever sensações e foram insuficientes em suas palavras. Os meus textos são apenas mais dessas tantas manifestações inacabadas em seus objetivos.

Não sei explicar o que acontece comigo quando passo pelos corredores da UFMS [Universidade Federal de Mato Grosso do Sul]. E nem vou tentar explicar, porque acho que sou incapaz de tal compreensão.

No fundo tem a ver com introspecção, mas do tipo que pode ser compartilhada com as pessoas que passaram pelas mesmas experiências que eu.”

“Acho que entendo o que os poetas querem dizer com “procurar a felicidade” nas pequenas coisas. Por mais que o pequeno pareça insignificante e a alma humana esteja sugestionada a procurar coisas grandes para se satisfazer, é nos pequenos detalhes que mora aquilo que costumamos definir como felicidade.

Ser feliz é ter ao alcance tudo o que a gente ama e não se dá conta. E ser ciente disso é um processo [às vezes doloroso] que requer paciência.”

Quantas coisas começamos e não terminamos além de textos, decisões e atitudes?

domingo, 1 de março de 2009

O erro das coisas que nunca são ditas

Hoje passei o dia todo com uma necessidade insana de escrever sobre meus amigos do curso de jornalismo. A famosa turma “Jorn 2007”.

Achei que seria imbecilidade deixar essa vontade passar em branco. Por isso rascunhei na cabeça as palavras e frases que, a partir de agora, escrevo sem pestanejar muito ou calcular as belezas de um texto bem escrito [embora essa seja a intenção!]. Se acharem conveniente, que considerem isso como a segunda parte do meu discurso de formatura.

Depois de mais de um ano de formado ainda tenho a sensação de que a qualquer momento a turma “Jorn 2007” se reunirá em uma sala de aula ou coisa parecida para continuar alguma coisa que não terminamos. É difícil entender que a partir de agora a nossas rotinas aconteçam separadamente, porque foi juntos que descobrimos o valor de sentimentos tão nobres quanto mesquinhos, doces quanto amargos, verdadeiros quanto medíocres. E foi com tamanha intensidade que aprendemos a amar e odiar ao mesmo tempo.

Situações resolvidas. Relações que perduram.

Até hoje, conversando com vários desses amigos[as] novos-jornalistas [com “hífen” sim porque o texto é meu e que se danem as novas regras gramaticais!] ainda percebo rancor em relação a algumas pessoas. Eu prefiro encarar cada desgaste com algumas pessoas como parte de um processo no qual aprendemos a ser grandes, a tomar decisões e a definir e manter posicionamentos, que hoje definem o nosso caráter.

Por esse motivo, cada desavença que tive prefiro considerar como um aprendizado ao invés de manter uma inimizade. E, pra ser sincero, gostaria que todos pensassem assim e dessem uma segunda, terceira, quarta ou sei lá quantas chances para as outras pessoas.

Queria mesmo, de coração, que todos nós tivéssemos a sensatez de reconstruir o que de melhor tivemos. Em outras [e nada brilhantes] palavras, que todos passassem uma borracha no que ficou deteriorado e recomeçasse de uma maneira mais compreensiva pelos erros que cometemos pela pouca idade ou qualquer outra justificativa menos gloriosa.

Confesso que tenho medo de que meus amigos me esqueçam. E nesse ponto acho até que é egoísmo e besteira. Mas como ser humano tenho o direito de estar frágil e querer confetes!

O cérebro humano é um grande diário, mas a diferença entre ele e aquele de papel é que no primeiro caso não podemos simplesmente queimar algumas páginas para esquecer nossas lembranças ruins. Por esse motivo é muito valioso que tenhamos uma vida realmente intensa [no melhor sentido].

E é por isso que amar não é cafona, serenata não é brega e não fui eu quem deixou a caixa de leite vazia na geladeira!