terça-feira, 13 de maio de 2014

Nas margens do Paranoá

Às vezes - sem fazer esforço
eu fecho os olhos e lembro
do sonho que tive outra noite
de olhos abertos, confesso

Que o tempo que eu tinha nas mãos parecia poesia
e guardava em seus olhos a paz que julguei merecer

Sabores, texturas e cores 
seu cheiro no meu travesseiro
convite de última hora
desejo de um ano inteiro

Passado ganhou de presente um futuro pra nós
e o destino é o tempo verbal que faltou conjugar

Eu sei, pra sempre vou lembrar
do sorriso que pede passagem
pro infinito ou qualquer viagem
da boca e do beijo com gosto de maracujá

Às vezes - com muito esforço
eu tento fazer diferente
procuro em mim as respostas
do que deu errado entre a gente

Nem sempre consigo transpor o que sinto em canção
às vezes duvido que o amor sempre tenha razão

Eu sei, pra sempre vou lembrar
do sorriso que pede passagem
pro infinito ou qualquer viagem
e do piquenique nas margens do Paranoá

Será que o futuro reserva
pra gente caminhos opostos
quilômetros, milhas distantes
ou perto - do jeito que eu gosto

Será que o que era pra sempre agora acabou?
será que é inevitável fugir do amor? 

Eu sei, pra sempre vou amar
o sorriso que pede passagem
pro infinito ou qualquer viagem
e o sonho que tive nas margens do Paranoá