skip to main |
skip to sidebar
Qual a hora da verdade
o que tem mais importância
o que é maior que o amor
e toda a sua irrelevância
O que é especial
ou merece tolerância
será a nossa inocência
ou a nossa ignorância
Onde o vento já não chega
e o tempo não avança
o finito não se conta
o favor que é cobrança
O que finge ser perfeito
pelo jeito não se banca
feito ouro sem garimpo
ou herdeiro sem herança
Qual a data do passado
que o futuro não alcança
qual o alvo que se acerta
com a flecha da lembrança
O que é definitivo
qual o ritmo da dança
porque a vida é improviso
no abraço de criança
Às vezes
quando o tempo perde a hora
o futuro é agora
e cansaço é solidão
Às vezes
o destino é desencontro
quase nunca é tempo todo
e amor é empolgação
Às vezes
quando faltam as palavras
quase ditas, esgotadas
só pensadas, sem sentido
Às vezes
quando fico meio bobo
perco a voz ou fico rouco
quase fico divertido
Às vezes
é a sombra que aponta
o que a luz não se deu conta
de mostrar o que faltava
Às vezes
é a curva da estrada
que te salva da emboscada
que o destino preparava
Às vezes
alegria passageira
de vizinha fofoqueira
é novidade envelhecida
Às vezes
o acaso é o motivo
de alguma raridade
que acontece todo dia
Às vezes
quando a vida já não anda
porque falta na ciranda
o abraço da criança
Às vezes
é a sorte que me falta
como um deus que perde a calma
com a falta de esperança
Às vezes
a mensagem encabulada
da pessoa inesperada
é respiro que renova
Às vezes
dá saudade de um tempo
das lembranças que o vento
como pipa, leva embora
Sabe quando o tempo desafia
e insiste em não passar
e a novidade é a lembrança
que já estava em seu lugar
como as tardes de domingo
é assim que eu me sinto
Sabe quando a madrugada avança
e o sono vai embora
e a coragem que faltava
chega tão fora de hora
o seu sonho esquisito
é o mundo que habito
Do jeitinho como a vejo
e a beijo em meus sonhos
devagar
como a embalo em meu abraço
Como a urgência que eu tenho
por você o tempo todo
um dia desses
vou viver tudo de novo
Lembra a certeza que eu tinha
com o futuro em minhas mãos
era vontade insistente
que percorria a contramão
do bom senso que gritava
os sinais que a vida dava
Chega o lamento é o canto
que não merece ter a voz
não representa o universo
do amor que havia entre nós
o amor que eu desejo
só descubro em seus beijos
Do jeitinho como a vejo
e a beijo em meus sonhos
devagar
como a embalo em meu abraço
Como a urgência que eu tenho
por você o tempo todo
um dia desses
vou viver tudo de novo