domingo, 1 de março de 2009

O erro das coisas que nunca são ditas

Hoje passei o dia todo com uma necessidade insana de escrever sobre meus amigos do curso de jornalismo. A famosa turma “Jorn 2007”.

Achei que seria imbecilidade deixar essa vontade passar em branco. Por isso rascunhei na cabeça as palavras e frases que, a partir de agora, escrevo sem pestanejar muito ou calcular as belezas de um texto bem escrito [embora essa seja a intenção!]. Se acharem conveniente, que considerem isso como a segunda parte do meu discurso de formatura.

Depois de mais de um ano de formado ainda tenho a sensação de que a qualquer momento a turma “Jorn 2007” se reunirá em uma sala de aula ou coisa parecida para continuar alguma coisa que não terminamos. É difícil entender que a partir de agora a nossas rotinas aconteçam separadamente, porque foi juntos que descobrimos o valor de sentimentos tão nobres quanto mesquinhos, doces quanto amargos, verdadeiros quanto medíocres. E foi com tamanha intensidade que aprendemos a amar e odiar ao mesmo tempo.

Situações resolvidas. Relações que perduram.

Até hoje, conversando com vários desses amigos[as] novos-jornalistas [com “hífen” sim porque o texto é meu e que se danem as novas regras gramaticais!] ainda percebo rancor em relação a algumas pessoas. Eu prefiro encarar cada desgaste com algumas pessoas como parte de um processo no qual aprendemos a ser grandes, a tomar decisões e a definir e manter posicionamentos, que hoje definem o nosso caráter.

Por esse motivo, cada desavença que tive prefiro considerar como um aprendizado ao invés de manter uma inimizade. E, pra ser sincero, gostaria que todos pensassem assim e dessem uma segunda, terceira, quarta ou sei lá quantas chances para as outras pessoas.

Queria mesmo, de coração, que todos nós tivéssemos a sensatez de reconstruir o que de melhor tivemos. Em outras [e nada brilhantes] palavras, que todos passassem uma borracha no que ficou deteriorado e recomeçasse de uma maneira mais compreensiva pelos erros que cometemos pela pouca idade ou qualquer outra justificativa menos gloriosa.

Confesso que tenho medo de que meus amigos me esqueçam. E nesse ponto acho até que é egoísmo e besteira. Mas como ser humano tenho o direito de estar frágil e querer confetes!

O cérebro humano é um grande diário, mas a diferença entre ele e aquele de papel é que no primeiro caso não podemos simplesmente queimar algumas páginas para esquecer nossas lembranças ruins. Por esse motivo é muito valioso que tenhamos uma vida realmente intensa [no melhor sentido].

E é por isso que amar não é cafona, serenata não é brega e não fui eu quem deixou a caixa de leite vazia na geladeira!