quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Noite adentro insônia afora

Da janela do meu quarto
vejo as luzes de Brasília
que clareiam as insônias
solitárias como a minha

Ouço a chuva dando trégua
e o silêncio ser quebrado
pelo alarme que dispara
de um carro estacionado

Eu escuto a coruja
que enfeita a madrugada
como acordes que completam
a canção inacabada

Vejo a lua em seu mistério 
anunciar em serenata
a riqueza do tesouro
no navio que naufraga

Sinto o tempo fazer graça
de pirraça com o sono
que escapa sem motivo
como a sorte de seu dono

Sinto o cheiro da manhã
e o cansaço que antecipam
outra noite de insônia
sob as luzes desta ilha