O que os braços não alcançam
e a sombra não protege
onde o amor é perigoso
e a riquiza empobrece
O que a certeza não afirma
quando o improvável acontece
onde o escuro ilumina
o que o silêncio ensurdece
eu descubro a mulher
que acalma o desespero
os seus olhos são piscinas
que inudam o meu sossego
Onde o tempo é brincadeira
e o medo é passado
onde a causa sem efeito
é defeito planejado
Onde a liberdade tem apego
e o exagero é controlado
descontrole é benefício
se o controle é desperdício
a mulher de olhos claros
que espera ser feliz
eterniza suas lembranças
desenhando só com giz
Quando o tempo amarela
a foto do porta-retrado
o futuro não sustenta
as promessas do passado
Em um encontro casual
antes do entardecer
a pausa do cigarro indica
a hora exata pra dizer
que a mulher de olhos claros
que invade os meus sonhos
cada vez inspira mais
as canções que eu componho