segunda-feira, 2 de setembro de 2013

A mulher de olhos claros

O que os braços não alcançam
e a sombra não protege
onde o amor é perigoso
e a riquiza empobrece

O que a certeza não afirma
quando o improvável acontece
onde o escuro ilumina
o que o silêncio ensurdece

 eu descubro a mulher
 que acalma o desespero
 os seus olhos são piscinas
 que inudam o meu sossego

Onde o tempo é brincadeira
e o medo é passado
onde a causa sem efeito
é defeito planejado

Onde a liberdade tem apego
e o exagero é controlado
descontrole é benefício
se o controle é desperdício

 a mulher de olhos claros
 que espera ser feliz
 eterniza suas lembranças
 desenhando só com giz

Quando o tempo amarela
a foto do porta-retrado
o futuro não sustenta
as promessas do passado

Em um encontro casual
antes do entardecer
a pausa do cigarro indica
a hora exata pra dizer

 que a mulher de olhos claros
 que invade os meus sonhos
 cada vez inspira mais
 as canções que eu componho